O caso de Marcos Oliveira, conhecido pelo papel de Beiçola em “A Grande Família”, trouxe à tona um problema enfrentado pelo Retiro dos Artistas, uma instituição fundada em 1918 por 68 profissionais e destinada a oferecer suporte à classe artística em situações de vulnerabilidade social. Marcos Oliveira, após expor seu drama financeiro nas redes sociais, recebeu um convite para integrar o Retiro dos Artistas no segundo semestre de 2023.
Apesar de a instituição oferecer moradia e apoio profissional para artistas em diversas situações difíceis, há um estigma no meio artístico que associa a ida para o Retiro dos Artistas ao “fim de carreira” ou até mesmo ao “fim da vida”. Marcos Oliveira, após receber auxílio financeiro de outra fonte, decidiu não aceitar o convite, possivelmente influenciado por esse estigma.
Cida Cabral, administradora do Retiro dos Artistas, lamenta o preconceito ainda existente mesmo dentro da classe artística: “Ao longo dos anos a gente vem quebrando o preconceito, mas infelizmente até a classe artística, como é o caso do Marcos, que não conhecia o Retiro, tem esse pensamento de achar que vir para o Retiro é o fim da vida. De forma alguma, ao contrário”.
Ela destaca que o Retiro está lá para oferecer suporte em momentos difíceis e que a ajuda pode ser temporária. “Você pode dar continuidade ao seu trabalho e, às vezes, daqui a três, quatro, cinco meses, você pode não estar mais precisando do Retiro”, acrescenta Cida Cabral. A instituição continua a lutar contra esse estigma, buscando mostrar que a busca de ajuda não significa o fim, mas sim uma oportunidade de recomeço e suporte.